O cinema brasileiro se prepara para receber uma nova produção de terror psicológico: Herança de Narcisa, longa que marca a estreia de Paolla Oliveira no gênero, ganhou cartaz oficial e terá sua première no Festival do Rio, no dia 6 de outubro. O filme integra a mostra Première Brasil: Competição Novos Rumos, dedicada a narrativas inovadoras que apontam tendências para a sétima arte nacional.
Dirigido por Clarissa Appelt e Daniel Dias, o longa subverte a ideia clássica de possessão demoníaca. “No sincretismo religioso brasileiro, acredita-se que somente reconhecendo as projeções e questões um do outro, fantasmas e hospedeiros podem se libertar. ‘Herança de Narcisa’ fala sobre uma possessão diferente, não pelo mal ou pelo diabo, mas pelas questões não resolvidas entre mãe e filha”, explicam os cineastas, que definem a trama como um “exorcismo mútuo”.
A história acompanha Ana (Paolla Oliveira), que retorna à casa onde passou a infância após a morte da mãe, a ex-vedete Narcisa. O casarão no Rio de Janeiro, herdado por ela e pelo irmão Diego (Pedro Henrique Müller), parece ser apenas um bem a ser vendido. No entanto, ao revirar os pertences da mãe, Ana desperta segredos, memórias dolorosas e uma maldição ancestral. Assombrada pelo espírito de Narcisa, a personagem precisa enfrentar traumas e uma relação tóxica para quebrar o ciclo de dor e sobrevivência.
Inspirado em clássicos do terror psicológico dos anos 1940, como Cat People (1942) e I Walked With a Zombie (1943), de Jacques Tourneur, e em obras mais recentes como The Night House (2020), de David Bruckner, o filme é descrito por seus diretores como uma narrativa sobre ancestralidade feminina. “A fita vermelha no longa representa aquilo que nos amarra e nos separa ao mesmo tempo”, afirma Clarissa Appelt.
O elenco conta ainda com Rosamaria Murtinho, Pedro Henrique Müller e Elvira Helena. A produção é da Camisa Preta Filmes, em coprodução com a Urca Filmes e o Telecine, e distribuição da Olhar Filmes.
Herança de Narcisa terá três exibições durante o Festival do Rio: 6 de outubro, às 18h45, no Estação Gávea; 7 de outubro, às 16h, no Estação Rio (seguida de debate); e 8 de outubro, às 18h, no Cine Carioca José Wilker. O longa tem classificação indicativa de 14 anos e 85 minutos de duração.
Com forte carga simbólica e atmosfera inquietante, a produção promete consolidar Paolla Oliveira em uma nova fase de sua carreira e reafirmar a potência do cinema nacional no gênero de terror psicológico.
