No Dia Mundial da Conservação da Natureza, Bonito Cinesur destaca urgência ambiental em mostra cinematográfica

 


Festival sul-americano promove travessia entre denúncia, esperança e memória em exibições temáticas sobre meio ambiente

Nesta Segunda, 28 de julho, Dia Mundial da Conservação da Natureza, o BONITO CINESUR – Festival de Cinema Sul-Americano – reforça seu compromisso ambiental com uma curadoria de filmes que atravessam temas urgentes da crise climática na América do Sul. Realizado em Bonito (MS), um dos principais destinos de ecoturismo do país, o festival celebra sua terceira edição propondo, por meio da Mostra Ambiental, um olhar sensível, crítico e coletivo sobre as relações entre território, natureza e cultura.

A mostra, que ocorre até o dia 31 de julho no auditório Kadiwéu, no Centro de Convenções de Bonito, reúne longas e curtas-metragens que abordam desde incêndios no Pantanal e enchentes no Sul do Brasil até a luta jurídica de povos indígenas pela preservação dos rios. Segundo a curadora Elis Regina, a seleção propõe uma travessia cinematográfica entre “denúncia, esperança e memória”. “Os filmes nos convidam a repensar a natureza não apenas como recurso, mas como organismo vivo e parte essencial da nossa existência”, afirma.

Entre os destaques da programação está "Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta", de Tainá de Luccas e Marco Altberg, exibido no sábado (26). Centrado na figura do líder yanomami Davi Kopenawa, o documentário mistura poética e política ao abordar a resistência indígena e os saberes ancestrais diante da destruição ambiental. O filme conta com participações de Ailton Krenak, Gilberto Gil e imagens de Claudia Andujar.

Outro longa marcante é "Rua do Pescador nº 6", de Bárbara Paz, exibido no domingo (27). O documentário retrata os impactos das enchentes históricas no Rio Grande do Sul, com foco na comunidade da Ilha da Pintada, em Porto Alegre. “É um filme feito de afeto, mas também de urgência”, declarou a cineasta gaúcha durante o festival.

A programação segue com o chileno "La Cuenca" (28/7), que discute agricultura intensiva e crise hídrica; o peruano "Karuara: O Povo do Rio" (29/7), sobre a luta das mulheres Kukama pela preservação espiritual dos rios amazônicos; o argentino "Por el Paraná" (30/7), que aborda disputas em torno de um dos principais rios do continente; e o brasileiro "Sinfonia da Sobrevivência" (31/7), que retrata os impactos das queimadas no Pantanal.

Os curtas-metragens também trazem temáticas contundentes. “Insustentável”, de Andrés Borges e Fer Libague, denuncia a exploração petrolífera na Amazônia; “Jichi”, da boliviana Paola Quispe, trata da relação espiritual com a água; “Por la Tierra”, da argentina Irene Kuten, fala de resistências comunitárias; e “Uma Menina, Um Rio”, de Renata Martins, propõe uma delicada conexão entre infância e natureza.

Ao todo, foram recebidas 47 obras para a Mostra Ambiental. A premiação dos filmes ocorre no dia 2 de agosto, a partir das 20h. A programação completa está disponível em bonitocinesur.com.br.

Com realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura (AACIC), o festival é patrocinado por instituições como Fecomércio-MS, Petrobras, Caixa, Banco do Brasil e conta com apoio de secretarias municipais e estaduais de cultura e turismo. A edição deste ano reforça ainda o compromisso ambiental do evento: pelo segundo ano consecutivo, o BONITO CINESUR é Carbono Neutro, com monitoramento das emissões por meio do Carbonômetro e compensação certificada pela empresa Compensei.