A TV Cultura presta uma emocionante homenagem ao cantor e compositor Lô Borges, que faleceu no último domingo (2), com a reapresentação do programa Ensaio, gravado em 2003 e apresentado por Fernando Faro. A exibição vai ao ar nesta segunda-feira (3), logo após o Metrópolis, à meia-noite.
No episódio, Lô Borges toca, canta e compartilha histórias marcantes de sua trajetória musical, que começou no tradicional bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte (MG) — berço do movimento Clube da Esquina. O artista relembra a amizade com Beto Guedes e Milton Nascimento, o início da carreira e momentos que marcaram a música brasileira.
Durante a entrevista, Lô conta como foi ver Elis Regina gravando uma de suas composições mais icônicas, Trem Azul, e interpreta sucessos como Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor, Feira Moderna, Equatorial, Clube da Esquina, Para Lennon e McCartney, Tudo o Que Você Podia Ser, O Girassol da Cor do Seu Cabelo e Paisagem da Janela.
Lô Borges iniciou sua carreira na década de 1970, aos 19 anos, ao lado de Milton Nascimento, com o lendário álbum duplo “Clube da Esquina” — considerado um dos maiores marcos da música brasileira. O disco contou com participações de Eumir Deodato, Toninho Horta, Wagner Tiso, Naná Vasconcelos, Beto Guedes, entre outros nomes, tornando-se referência fundamental para estudiosos e amantes da MPB.
Inspirado tanto pelo pop internacional — especialmente os Beatles — quanto pela bossa nova de João Gilberto, Lô trilhou uma carreira solo repleta de lirismo e musicalidade sofisticada. Suas composições foram gravadas por alguns dos maiores intérpretes do país, como Milton Nascimento, Simone, Nana Caymmi, Gal Costa, Elba Ramalho, Elis Regina, Ney Matogrosso e Boca Livre.
Entre as inúmeras versões e regravações, destaca-se Trem Azul, que chegou a ser interpretada por Tom Jobim, inclusive em uma versão em inglês lançada em 1994.
A reapresentação do Ensaio é uma oportunidade rara de revisitar a poesia e a sensibilidade de um dos maiores nomes da música brasileira — um artista que, com seu violão e sua alma mineira, ajudou a escrever capítulos eternos da nossa história cultural.
