Repórter Eco inicia série especial sobre a COP30 com alerta sobre mudanças climáticas e impactos ambientais no Brasil

 


Neste domingo, 3 de agosto, o programa Repórter Eco, da TV Cultura, dá início a uma série especial sobre os bastidores e os preparativos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada em Belém, no Pará. A reportagem vai ao ar a partir das 18h30 e tem apresentação de Adele Santelli.

A cidade escolhida para sediar um dos encontros ambientais mais importantes do mundo carrega em si a contradição que pauta o debate climático: Belém, localizada no coração da Amazônia, é rica em cultura, biodiversidade e história — com sua arquitetura de influência portuguesa e o emblemático Mercado Ver-o-Peso —, mas também sofre com problemas estruturais graves, como a falta de saneamento básico. A reportagem mostra como esses contrastes refletem o desafio de conciliar desenvolvimento urbano com preservação ambiental, especialmente em um território tão sensível e estratégico como a floresta amazônica.

Além da cobertura sobre a COP30, a edição do Repórter Eco também analisa os impactos da recente aprovação do chamado “PL da Devastação” pelo Congresso Nacional. O projeto de lei fragiliza os instrumentos de licenciamento ambiental, reduzindo o controle do Estado sobre obras e atividades com potencial de degradação ambiental. A proposta é criticada por especialistas e ambientalistas por abrir caminho para a intensificação do desmatamento e a perda de direitos de populações tradicionais.

Outro destaque do programa é uma reportagem baseada em estudos conduzidos por pesquisadores da Unicamp, que demonstram como o aquecimento global está comprometendo a regeneração das florestas tropicais. A pesquisa, realizada na Mata Atlântica, revela que o aumento da temperatura e a ação humana aceleram o desaparecimento das grandes espécies de árvores — justamente as que mais absorvem carbono da atmosfera — e dificultam a recuperação natural da vegetação. O espaço deixado por essas espécies tem sido ocupado por atividades agrícolas, pecuárias e pela urbanização desordenada.

A edição reforça o papel do Repórter Eco como um dos poucos programas da televisão aberta brasileira dedicados à cobertura ambiental contínua, e destaca a importância de um jornalismo comprometido com o debate público sobre a crise climática e os caminhos possíveis para um futuro mais sustentável.