Referência no jornalismo policial, Percival de Souza é o entrevistado do “The Noite” desta segunda (28)

 


Com 62 anos dedicados ao jornalismo, sendo 31 deles na televisão, Percival de Souza é o convidado especial do programa The Noite desta segunda-feira (28). Reconhecido como um dos maiores nomes da cobertura investigativa e policial no Brasil, o jornalista revive momentos marcantes da carreira em conversa com Danilo Gentili, a partir de meia-noite, no SBT.

“Em 1966, o Estadão resolveu lançar um jornal vespertino, inovador, fazendo tudo absolutamente diferente: texto, fotografia, desenho... Tive a honra de participar da primeira equipe”, relembra Percival sobre o nascimento do Jornal da Tarde, veículo que se tornou referência em jornalismo moderno à época.

Entre seus trabalhos mais lembrados, destaca-se a parceria com Marcelo Rezende no Cidade Alerta, onde os dois reinventaram a linguagem do noticiário criminal na televisão. “Ele criou uma fórmula de grande sucesso ao conciliar o noticiário criminal, que normalmente é pesado, com pitadas de humor. Tinha um equilíbrio”, define Percival, que também dividiu bancada com Luiz Bacci.

A entrevista traz ainda um lado mais íntimo e comovente do jornalista. Ele fala sobre a cobertura do Massacre do Carandiru, uma das mais sangrentas chacinas da história do país, e sobre a morte brutal do colega e amigo Tim Lopes, assassinado por traficantes em 2002. “Foi muito difícil, porque a minha motivação foi prestar uma homenagem póstuma ao Tim. Foi o que eu quis fazer, relatando da melhor maneira possível. Para isso, fiz questão, para mim mesmo, de estar no local do crime”, afirma Percival, que escreveu o livro NarcoDitadura após a tragédia.

Com coragem e rigor investigativo, Percival também revisita os riscos enfrentados durante apurações no período da ditadura militar, principalmente durante a atuação do grupo Esquadrão da Morte. “A época mais pesada, sem dúvida nenhuma, foi a do Esquadrão da Morte... Fui eu quem foi desvendando essas coisas no Jornal da Tarde”, relembra.

Mesmo acostumado com cenas de crime e bastidores da violência urbana, Percival revela que há casos que ainda o abalam profundamente. “Já vi de tudo. Já vi local de crime, cadáver no local, perícia, necrópsia... Então sou mais frio, mas isso não quer dizer que eu seja insensível. Um caso que me derrubou por completo foi o da Isabella Nardoni, que acompanhei de perto”, diz emocionado.

A entrevista promete um olhar profundo sobre o jornalismo policial brasileiro e sobre a trajetória de um dos seus maiores nomes. O The Noite vai ao ar hoje, à meia-noite, no SBT.